I – Os mecanismos
Vivi o bastante para compreender
um pouco sobre os mecanismos que distorcem o nível desejável das relações
humanas, em função de um conjunto de “regras” e “etiquetas” provenientes
unicamente das “racionalizações mentais” de nossa espécie, focadas na projeção equivocada
de que a trajetória da vida se resuma em uma autêntica batalha:
- A luta para sempre “ganhar”;
e nunca “perder” - apartada da necessária conexão com a conscientização da
Unidade da Mente com O Ser e o Sentir.
Parece ser uma tendência que
as “supostas autoridades”, com o apoio da “Sociedade”, ao invés de concentrarem
primordialmente esforços no sentido de estímulo ao desenvolvimento de um
autoconhecimento básico do Ser, acerca do compromisso que deveríamos ter com a
própria existência; criem e estruturem “leis” e “mandamentos” de forma
compulsiva e indiscriminada sem uma necessária revisão; aperfeiçoamento: e
correção das leis já elaboradas anteriormente.
Sob essa condição o que se
verifica é:
- Um Universo de Leis sem pé nem cabeça, desconectadas entre si – atropelando-se
mutuamente...
Além disso,
O problema é que tais
idealizadores, geralmente são os 1os. a descumprirem os fundamentos que elaboram...
O problema é que “politiqueiros”
entram em cena, travestidos de “supostos defensores do povo” e “guardiões”
dessas leis - unicamente para obterem vantagens pessoais e corporativas ao seu respectivo
segmento ideológico.
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II – O Abecedário
Artificial
Decididamente o abecedário
das classes sociais e o sistema de castas – só reproduzem o que ocorre na
Natureza, mesmo sob as Leis da Selva, com muito “boa vontade” de uma mente predisposta
a defender sua “racionalização artificial”.
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III – Visões distorcidas
de luxo, conforto e riqueza
Ainda ocorrem as visões
distorcidas das massas sobre o que seriam exemplos de conforto, luxo e riqueza,
como:
Um Iate para quem mora na
serra...;
Um Avião particular para
passeio exclusivo e particular a cada semestre...
4 carros de luxo na
garagem de uma suntuosa mansão...
Sob o meu Ponto
Alienígena, esses sinais de conforto, luxo e riqueza, são muitas vezes a
expressão característica:
- Do lixo, no conceito "luxo" de um Sistema.
Pois a ostentação e a
ganância que gera luta de classes, cobiça e inveja em busca de um lugar neste
sol artificial...
É um sintoma de que deixamos
de lado a valorização de elementos essenciais para preservação de nossa própria
Humanidade.
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Deixo abaixo como destaque
para essa reflexão, trecho contido no Livro “O Profeta”; do Grande Escritor e
Místico Gibran Khalil Gibran
(só tomei a liberdade de
grifar palavras / sentidos que julguei relevantes ao contexto)
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“E dizei-me, povo de
Orphalese, que possuís, vós nessas habitações? E que objetos guardais atrás
dessas portas trancadas?
Acaso possuís a paz, esse impulso tranquilo que
revela vossa potência?
Possuís as recordações, essas abóbadas
cintilantes que amarram os cumes do espírito?
Possuís a beleza que conduz o coração dos objetos
confeccionados com madeira e pedra para a montanha sagrada?
Dizei-me, possuís tudo
isso em vossas casas?
Ou tendes somente o conforto, e a cobiça do conforto – esse
desejo furtivo que entra em casa como visita, e depois torna-se hóspede, e
depois dono?
Sim, e torna-se também domador e, com força do açoite,
reduz a títeres vossos desejos mais amplos.
Embora suas mãos sejam de
seda, seu coração é de ferro.
Ele embala-vos até dormires,
só para roubar vosso leito e zombar da dignidade de vosso corpo.
Zomba também de vossos
sentidos normais e deita-os na penugem macia como um vaso frágil.
Na
verdade, vossa paixão pelo conforto assassina as paixões mais nobres de vossa
alma e, depois, zombeteira, marcha no seu enterro.”
Gibran Khalil Gibran