Em uma Sociedade
cada vez mais voltada para o “padrão midiático”, que molda valores e conceitos
de fora para dentro – muitas vezes, sob esse clima, favorecendo e estimulando a
“fórmula de sucesso” do entretenimento barato – ocorrem os entraves para a
Cultura, em função das dificuldades para divulgação e comercialização de uma
Obra no Brasil, sobretudo Autoral e Artística.
Nesse sentido,
destacaria dois pontos que me parecem relevantes: (*)
ð (Mesmo
considerando as exceções...) - Pouca valorização
da Sociedade, de modo geral, para com a Cultura – Que Une;
e,
ð Parte
da população que efetivamente até reconhece os benefícios que a Arte concede;
porém, devido ao baixo nível econômico de um País que sempre foi desigual em
sua distribuição de renda; essa parcela não tem a plena interação desejável nesse
contexto.
//
OBS.: Para variar parte
da culpa é da nossa “politiqueira” “constituição cidadã”...
Se ao menos os nossos “supostos representantes”, ao invés de assegurarem
para si vantagens e privilégios injustificáveis, “lutassem de fato” pelo que
determina o
“CAPÍTULO
II - DOS DIREITOS SOCIAIS
IV - salário mínimo,
fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades
vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde,
lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes
periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação
para qualquer fim;”
... a situação
estaria melhor.// Vidas Secas Brasil.
//
Contextualizando a
Reflexão acima, relato o meu Depoimento abaixo:
Logo no início de
minha tentativa de divulgação de meu trabalho Artístico, vivi uma fase de “vendedor”...
Fique claro que esta
não é uma censura a profissão.
O que quero dizer com
isso é que nesse período, quando saía de casa, o meu propósito obsessivo era
vender o meu material artístico onde quer que eu estivesse.
Sendo assim, fazia
uma relação de possíveis compradores e ia a campo para vender...
E a cada Sarau que
participava, ou atividade semelhante, levava comigo, uma quantidade do meu
livro de Poemas, e meus dois Cd’s independentes com essa finalidade...
Lá chegando,
invariavelmente deparava com outros Artistas igualmente munidos de seus respectivos
materiais.
Em função dos pontos
relevantes (*) que mencionei acima, pouco se “vendia” de parte a
parte...
Essa fase que foi um
aprendizado, revelou-me o seguinte ensinamento e direção:
- Vou
continuar sendo Artista e Místico; mesmo que para isso, tenha de abdicar de me
envolver na “luta” por um “sucesso artificial”, sob um modelo que parece-me
insano – Uma Sociedade que acelera, sem Alma.
Claudio Pierre